Cadê os dados? É a vez do Brasil jogar

Durante muitos anos, sempre que entravamos na parte de jogos de tabuleiros em uma loja de brinquedos, eram sempre os mesmos títulos que víamos: Um Banco Imobiliário aqui, um Detetive ali, aí tinha Combate, War… e na melhor das hipóteses, suas versões de Disney, Segunda Guerra Mundial, Super-Heróis e o raio que o parta!

Como alguns sabem, há uma imensa gama de opções no exterior quando o assunto é tabuleiro, e até já estou familiarizado com poucos, como Puerto Rico, Battlestar Galactica, Last Night on Earth, Quarriors e uns outros. Eu sei que todos eles, assim como a maioria no exterior, são ligeiramente mais difíceis, e requerem mais conhecimento, estratégia e empenho para serem dominados, ou seja, se fosse lançados no Brasil, seriam direcionados para um público um pouco menor.

Além disso, conheço alguns jogos independentes brasileiros bem interessantes, que deveriam ter seu espaço no mercado, mas infelizmente, devido ao porte de suas fabricantes, jogos como Samurai e Ciclos não são encontrados em lojas de brinquedos. Foi aí que a Grow entrou! A empresa de mais de 40 anos de mercado apostou em importar e traduzir jogos de grande renome no exterior e lança-los em grande escala aqui no país.

Se você prestar atenção, pode ver que essa postagem não está marcada como Patrocinada, ou seja, essa é minha opinião sincera sobre o assunto. No ano passado, recebi dois exemplares de Descobridores de Catan, um para testar e outro para sortear. E nesse Natal, ganhei de presente de minha cunhada o lançamento mais recentes deles, Domínio de Carcassonne. Então, agora que já joguei os dois, me sinto pronto para tecer algumas palavras.

Domínio de Carcassonne
Uma mistura de War com dominó, em que um tabuleiro diferente é construído a cada partida, e não se consegue definir um ganhador até a rodada derradeira! É muito fácil de ser ensinado e permite muitas combinações ao longo da partida, além de selar alianças e criar discórdia. Tem um tempo médio de 40 minutos por partida, o que eu acho ótimo, além de comportar até 5 jogadores, perfeito para qualquer momento livre em uma reunião de amigos. A única coisa ruim que achei foi a caixa: o jogo contém pouquíssimas peças, até aí tudo bem, mas elas poderiam caber em uma caixa com metade do tamanho da que está sendo vendida, mas até entendo, porque brasileiro gostava de volume, e seria difícil cobrar o que está sendo cobrado, em uma caixa pequena. Fora isso, um jogo para toda a galera.

Colonizadores de Catan
Mais traiçoeiro e competitivo que seu irmão mais novo, Catan é igualmente fácil de ser ensinado e jogado. Com partidas um pouco mais longas, onde a diversão está em negociar constantemente seus recursos com outro jogadores, gritando, xingando e persuadindo, além de traçar uma estratégia que pode mudar a cada rodada e torcer para que os dados estejam do seu lado. Com diversos elementos que podem mudar o rumo do jogo, as partidas de Catan sempre me surpreendem, porque sempre podemos achar alguém jogue bem, de tão intuitivo que o jogo é, tanto que a Grow não perdeu tempo fazer parte do Torneio Mundial de Catan (e fez até uma etapa na minha cidade, na qual, fui 4º lugar). Esse jogo acaba sendo investimento um pouco maior, mas que se justifica pela diversão e novidade que ele traz.

Eu acho que a Grow acertou em cheio sobre pegar um jogo mais elaborado do que os que temos por aqui, mas não tão difícil dos que eu conheço lá fora. Eu torço pelo sucesso comercial desses jogos (COMPRE COMPRE COMPRE) e que a Grow continue com essa iniciativa de tradução e distribuição em larga escala, para quem sabe também trazer as expansões desses jogos ou outros títulos, porque eu acredito que o mercado brasileiro tem potencial, e os jogadores merecem jogos cada vez mais desafiadores.

5 comentários sobre “Cadê os dados? É a vez do Brasil jogar

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  • quinta-feira, 10 de janeiro de 2013 at 17:01
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    Olá ótima matéria… existem, vários jogos indies feitos no Brasil, acaba de chegar para mim por exemplo o jogo da Tércos chamado Molucas, 100% artesanal, e o material utilizado é superior de muitos da Grow por exemplo: fiz um vídeo do unboxing: http://www.youtube.com/watch?v=z4RDa5GjGAs parece que está havendo um grande interesse por board games aqui no Brasil, vale a pena fazer um pesquisa de várias editoras que estão publicando jogos estrangeiros no Brasil, além da Grow… 😀

    Perlato:
    Então Paulo, eu conheço sim algumas editoras, mas o diferencial da Grow que diz salientar na matéria são produções em grande escala, alta distribuição e preço bacana.

  • sexta-feira, 25 de janeiro de 2013 at 23:47
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    claro, no brasil só tem retardado, então jogo da velha é o máximo que rola por aqui.

  • sábado, 26 de janeiro de 2013 at 0:10
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    Recentemente o mercado de jogos de tabuleiros e cartas sofrem uma leve injeção de gás com a Devir traduzindo os jogos de cartas “The hobbit”, claro aproveitando a onda do filme e o jogo de tabuleiro do World of Warcraft.
    Uma recém descoberta minha foi a Galapagos jogos (http://www.galapagosjogos.com.br) que estra relançando alguns jogos que em outras épocas tinha sidos traduzidos pela Devir e outros novos. Todos até agora que eu joguei são de altíssima qualidade, com seus componentes muito bem produzidos.
    Bom se não conhecia fica a dica.

  • sábado, 2 de fevereiro de 2013 at 23:17
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    Na república, em sampa, havia uma loja especializada nisso e em RPGs, era muito massa.