Sobre Kamen Rider Ryuki e sua adaptação americana

Eu ainda estou ensaiando um texto sobre os precursores da minha infância e ídolos do poder, os Power Rangers, mas enquanto esse dia não chega, vou falar hoje sobre outro tokusatsu original e sua adaptação americana, respectivamente Kamen Rider Ryuki e Kamen Rider: O Cavaleiro Dragão.

Para quem não sabe, há anos o oriente produz diversos tokusatsu (seriados live-action), muitos foram importados para os Estados Unidos, e consequentemente para cá, mas todos no formato original sendo apenas dublados. Todo ano é lançado uma nova série de Super Sentai, e todo ano os americanos compram os direitos, mudam os atores e a história e lançam um novo Power Ranger. Com a franquia Kamen Rider é igual, a diferença que os americanos só decidiram adaptar duas séries, o clássico Kamen Rider Black de 1987 que se tornou Masked Rider em 1995 pelas mãos da produtora Saban (responsável pelos Power Rangers), e Kamen Rider Ryuki.

Os efeitos especiais e cenas de ação são literalmente idênticas em ambas as versões, então não entram no mérito de comparação, concordam? O que será avaliado aqui é só a história, personagens, atuação, direção e tals. Quando terminei de assistir Kamen Rider: O Cavaleiro Dragão e decidi que ia imortalizar essa experiência gastando alguns Obamas em uma action figure, achei melhor dar uma conferida no seriado original para entender melhor a obra, e a experiência não foi legal.

Vou tentar resumir as histórias: Em Kamen Rider: O Cavaleiro Dragão, Kit Taylor sai à procura de seu pai desaparecido, ao mesmo tempo que cai no meio de uma guerra secreta que assola o planeta Terra. Kit descobre que há um mundo inteiro por atrás dos espelhos, chamado de Ventara, mas um mundo vazio, pois Xaviax, um general alienígena, que teve seu planeta devastado por uma guerra civil, sequestrou toda a população de Ventara para servirem de mão de obra na reconstrução de seu planeta. É nesse momento que conhecemos os Kamen Riders, uma equipe de guerreiros de elite que falhou na tarefa de proteger Ventara e agora vem para a Terra para realizar a mesma missão.

Em Kamen Rider Ryuki temos Shinji Kido, um estagiário de um jornal que encontra um Deck Advento (o morphador deles) durante uma reportagem investigativa e descobre que está havendo uma guerra entre os Kamens Riders no Mundo dos Espelhos. O motivos é que Shirō Kanzaki, um cientista daquele mundo, perdeu sua irmã e único familiar, e o modo que ele encontrou de traze la de volta é juntar uma grande quantidade de energia vital, para isso ele criou os 12 Decks Advento, distribuiu pelo planeta Terra e iniciou uma guerra. Cada vez que um Kamen Rider matasse outro, ele ganharia sua energia vital e o último que sobrasse em pé, carregando a energia de 12 guerreiros, poderia pedir qualquer desejo, e seria nesse momento que Shirō iria, com o mais poderoso Deck Advento que ele guardou para sí, matar o vencedor e realizar o seu desejo de ressuscitar sua irmã.

Pode se ver semelhanças nos enredos, Mundo dos Espelhos, guerra secreta e tals, mas a diferença é contrastante. A temática americana trata mais sobre honra, amizade, força de vontade e mostra guerreiros unidos contra um mal maior. Enquanto isso, o japonês apela para uma temática mais sóbria, onde há morte e sangue e mostra pessoas sendo manipuladas para um propósito que parece bondoso, mas que na verdade está longe de ser altruísta.

Falando da atuação, eu realmente não sei se todos os japoneses são assim, se gostariam de ser assim, se querem parecer que são, mas parece que todos os protagonistas são muito caricatos, com muitos movimentos de cabeça, braços e lábios, exclamações excessivas e muitas caretas, sendo que realmente parecem personagens de anime, mas que em um live-action isso não funciona. Enquanto o americano tem as mesma performances que estamos acostumados.

Tenho que admitir que a direção japonesa tem seu charme, sempre se preocupando com a fotografia e registrando cenas icônicas, como heróis andando de costas com explosão no fundo, isso realmente faz de tokusatsu uma poesia muitas vezes, o duro é quando é vezes demais, deixa a série pouco dinâmica. Na hora da adaptação, acredito que os americanos souberam julgar quando cenas assim eram necessárias de verdade, e com o facão comercial, cortaram algumas cenas assim.

A série trata de perto dois Kamen Riders específicos, o Cavaleiro Dragão e o Cavaleiro Alado. Na versão americana, o único sobrevivente aparente da derrota em Ventara, Len, encontra em Kit uma amizade forte e o mesmo empenho e sacrifício em defender seu planeta. Durante toda a série, ambos permanecem leais, mesmo que em alguns momentos, tenham idéias distintas. Na versão japonesa, temos Ren Akiyama como Cavaleiro Alado, um personagem fechado e arrogante que com certeza não serve para ser protagonista. Durante a série vemos apenas guerreiros solitários lutando uns com os outros por propósitos particulares, não acredito que isso seja o melhor a se retratar em uma série infanto-juvenil.

Correndo o sério risco de ser apedrejado pelos fãs tradicionais, dou aqui o meu humilde veredito: Japoneses são bons em ter idéias, mas americanos são melhores em torna las populares e comerciais. E isso é uma constante em tokusatsus para mim, acho Power Ranger melhor que o Super Sentai.

9 comentários sobre “Sobre Kamen Rider Ryuki e sua adaptação americana

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  • quinta-feira, 6 de outubro de 2011 at 17:54
    Permalink

    se power ranger fosse melhor que super sentai ele que seria o original, não um plagio sujo, como muito filmes que hollywood pega dos japas. Mas se você só gosta desse lado comercial americanizado das coisas senta ai chupa o saco do tio sam, que é isso que tu curte. Antes de falar sobre o estilo cultural de um país ve se consegue saber um pouco mais sobre o mesmo.
    Pela mor de deus não faça mais criticas se não consegue ser imparcial em seus julgamentos.

    Perlato:
    Quem prometeu imparcialidade, acha que isso aqui é o que? Jornal Nacional? Acho melhor mesmo! Se tu acha que o original sempre é melhor, vai usar ICQ e MySpace então.

  • quinta-feira, 6 de outubro de 2011 at 19:49
    Permalink

    Concordo,mas você vai ser crucificado por otakus alienados.

  • quinta-feira, 6 de outubro de 2011 at 21:16
    Permalink

    matéria tendenciosa, não deveria fazer esse tipo de comparação sendo tão lambe saco do tio sam.

  • quinta-feira, 6 de outubro de 2011 at 22:01
    Permalink

    Recomendo o jogo de DS. Achei muito bem bolado e viciante. Vc tem um leque gigante de personagens e sempre rola aquela animação quando se usa um especial!

  • sábado, 8 de outubro de 2011 at 10:10
    Permalink

    Caros,

    Acreditem, japoneses são péssimos atores. Não é regionalismo não. Assistam quatro episódios do animê “Mason Ikoku” e depois assistam o filme live action. É a mesma experiência perturbadora, já que eles são ótimos dubladores enquanto péssimos atores. Às vezes vemos em produções japoneses alguns erros como cumprimentos típicos de lá sendo feitos por personagens ocidentais em locações ocidentais, como cumprimentar abaixando a parte superior do tronco ou deixar oferendas em túmulos. Outro problema é que as atuações são caricatas por causa da linguagem corporal dos japoneses, que é bem diferente da nossa.
    Assistam algum filme antigo do Jackie Chan ou do Jet Lee e vocês verão os mesmos trejeitos que causam estranhamento entre nós. E isso porque tem uma balsa de distância entre o Japão e Hong Kong.
    Muitas animações japonesas parecem desnecessárias mas a falta de talentos locais e locações caras justificam esse tipo de filme. Recomendo assistirem dois clássicos e vocês entenderão: “Ghost In The Shell” que inspirou Matrix e “Perfect Blue” cujos personagens nem sempre percebem a linha tênue entre a realidade e a ilusão. Duvido que queiram ver versões live action depois de assistirem aos filmes.
    Obs: Assisti todas as temporadas de Dragon Ball, Speedy Racer, A Princesa e o Cavaleiro, Evangelion, dentre outras…

  • segunda-feira, 17 de outubro de 2011 at 16:49
    Permalink

    Sobre a treta da “atuação”, eu até gosto da atuação japonesa… Na verdade é o ramo que vocês estão avaliando que é estranho. Tokusatsu, sensais, são coisas para otakus. Eles gostam de um mundo que não existe, onde pessoas fazem coisas fora do comum.

    A série japonesa Liar Game, por exemplo, é muito bem conduzida e interpretada, com alguns personagens “animescos”, mas no geral são pessoas comuns interagindo. Procurem sobre essa série quando puderem.

  • sexta-feira, 28 de outubro de 2011 at 21:44
    Permalink

    concordo que os japoneses não são bons atores mas a adptação é muito pior. pra começar 90% das cenas do original são reaproveitadas, a serie americanizada tem um roteiro horrivel (pricipalmente em PR, todo mundo já deve ter reparado que na falta de alguma coisa para o personagem falar colocam varias piadas sem graça para o alguem falar)

  • sexta-feira, 28 de outubro de 2011 at 21:46
    Permalink

    e quanto aos dois kamen riders não gostei de nenhuma das versões

  • segunda-feira, 9 de julho de 2012 at 13:21
    Permalink

    Pelo fato de ter crescido vendo Black Kamen Rider, Black Kamen Rider RX, Changeman, Ultraman e Jiraya, eu sou adepto da versão original japonesa, mas eu até ia ver a versão americana desse kame rider, mas quando vi o ator “idolo teen” que botaram como personagem principal pra atrair aquelas meninas tontas adoradoras de restart e justin biba, desisti no mesmo segundo.